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50 Anos de CEE

25 de Maio de 2013

Ensino Superior e Inclusão no centro do debate

O encerramento do Seminário que celebrou os 50 anos do CEE-SP ocorreu na tarde do dia 24 de maio. A mesa de debates, que marcou a conclusão dos trabalhos, abordou o tema “Ensino Superior e Inclusão” e foi presidida pelo conselheiro Angelo Cortelazzo, que preside a Câmara de Ensino Superior do CEE.

Os palestrantes da mesa de encerramento foram Carlos Vogt, presidente da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (UNIVESP), Paulo Speller, secretário da Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação (SESu/MEC), e António Teodoro, da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia de Lisboa, Portugal, atualmente professor visitante de UNINOVE.

Antes de passar a palavra aos palestrantes, o conselheiro Angelo Cortelazzo apresentou um panorama do ensino superior no Brasil, destacando a importância de ampliar o atendimento com a inclusão de jovens, principalmente das classes menos favorecidas, que permanecem excluídas do ensino superior. Angelo explicou, também, que atualmente 74% dos alunos matriculados estão em cursos superiores particulares.

O primeiro palestrante foi o professor António Teodoro que apresentou seu estudo “Tendências e desafios nos século XXI”, sobre 11 tendências que têm marcado o ensino superior no mundo atual e 10 desafios que precisam ser enfrentados. Entre as tendências, professor António Teodoro destacou a expansão da oferta privada da educação superior, fato que já havia sido indicado pelo conselheiro Angelo Cortelazzo, bem como as novas formas de estudo e de oferta educativa, a maior heterogeneidade do corpo estudantil, novos modos de financiamento, a construção de redes globais, o desenvolvimento de processos de integração regional, entre outras tendências.

Em relação aos desafios, António Teodoro destacou a importância de que tenhamos clareza se o conhecimento é um bem público ou um objeto de lucro, questionando a racionalidade imposta pela sociedade moderna. E neste ponto ele foi enfático: “Quando a educação não tiver mais o conhecimento como foco, passando a ser meramente objeto de comércio, eu deixarei de ser professor. O aluno não é um cliente, pois ele participa da produção de conhecimento”, afirmou António Teodoro.

Na sequência, o professor Paulo Speller, que assumiu há um mês a Secretaria de Educação Superior, do MEC, concordou com a preocupação de António Teodoro, mas argumentou: “Pode haver uma tendência de transformar a educação em mercadoria, e muitas vezes os dados corroboram isto, entretanto esta não é a concepção do governo brasileiro”. Segundo Paulo Speller, há um crescente investimento do Ministério da Educação na melhoria da qualidade de ensino e na ampliação do atendimento, especialmente em relação ao ensino superior. “Há uma grande expansão da rede de Universidades Federais por todo o País e o número de matrículas no ensino superior tem crescido significativamente”, explicou Paulo Speller.

Em sua exposição, o Secretário de Educação Superior apresentou um balanço das “Políticas de Expansão e Inclusão do Ensino Superior” que estão sendo realizadas pelo governo federal. Paulo Speller falou ainda da importância do investimento em novas tecnologias e de que elas devem estar presentes também nas universidades.

E novas tecnologias foi o tema da apresentação de Carlos Vogt, presidente da Universidade Virtual do Estado de São Paulo, a 4ª universidade estadual paulista, que falou sobre “Tecnologia, educação e cidadania – conhecimento como bem público”. De acordo com Carlos Vogt, a Universidade Virtual é um exemplo da preocupação do governo do Estado de São Paulo em aproximar a universidade pública e gratuita da população, especialmente do jovem. “Também compreendemos o conhecimento como um bem público e não como uma mercadoria, e acreditamos que a tecnologia pode estar a serviço da educação e da cidadania”, justificou Carlos Vogt.

Segundo ele, uma das virtudes da Univesp é a possibilidade de ampliar a oferta de vagas na universidade pública, distribuindo-as geograficamente. Carlos Vogt apresentou um mapeamento da localização das universidades públicas no estado de São Paulo, que estão concentradas em alguns municípios e atendem cerca de 10% dos concluintes do ensino médio. Carlos Vogt explicou que com a Univesp surgem novas fronteiras de tempo e espaço no ensino superior, destacando uma das frases de sua apresentação: “O jovem vai à universidade, e a universidade vai à sua juventude”, afirmou.

Os palestrantes

Angelo Cortelazzo, presidente da Câmara de Ensino Superior do CEE, atualmente coordenador de Ensino a Distância da Univesp, a Universidade Virtual do Estado de S.Paulo. Como palestrantes, Carlos Vogt, é poeta e linguista, com mestrado em Linguistica pela Universidade de Besançon ( França)  e doutorado em Teoria Literária pela USP. Foi reitor  da Unicamp (1990-94) e ex-diretor da FAPESP. É atualmente coordenador cultural da Fundação Conrado Wessel, assessor especial do governador do Estado de S. Paulo, e, desde outubro de 2012, presidente da UNIVESP, a 4a. universidade estadual paulista. Paulo Speller, secretário da SESU – Secretaria de Educação Superior SESu, do MEC. É mestre em psicologia pela Universidade Autônoma do México, doutor em Ciência Política pela Univesidade de Essex. Docente da Universidade Federal de Mato Grosso Presidiu a Câmara de Educação Superior no CNE (2010-12) e a comissão de implantação da UNILAB - Un. da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira. António Teodoro é professor visitante da UNINOVE, e catedrático da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Lisboa, Portugal, doutor em Ciências da Educação pela Universidade Nova de Lisboa, consultor do conselho de ministros para os assuntos de Educação, Formação, Cultura e Ciência (1995-99), diretor da Revista Lusófona de Educação e autor de vasta obra científica e cultural.