16 de Junho de 2015

Conselheira Guiomar de Mello participa de debate para construção da Base Comum de um Currículo Nacional

Na última quarta-feira, dia 10 de junho, a conselheira do CEE-SP, Guiomar Namo de Mello, participou, a convite da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), da reunião com executivos da Australian Curriculum, Assessment and Reporting Authority (ACARA) para apresentação do Currículo Nacional Australiano. O objetivo do encontro, na sede da SAE, em Brasília, foi conhecer uma experiência internacional e ampliar as discussões sobre a construção de uma Base Nacional Comum para os currículos brasileiros. 

Mello explica que a Austrália é considerada, atualmente, como uma experiência de país federativo que foi bem sucedida - política e tecnicamente - no esforço de desenvolver um currículo nacional. "Se a experiência australiana pode ensinar alguma coisa ao Brasil é que desenvolver um currículo não é uma tarefa a ser feita apressadamente. Cada etapa tem que tomar seu próprio tempo e este depende do contexto. Este é que deve determinar o ritmo e o tipo de articulação necessária", esclarece a conselheira do CEE.

Na oportunidade, o Chefe Executivo da ACARA, Robert Randall, e o ex-presidente do Conselho da mesma instituição, Barry McGaw, que participaram intensamente da construção do Currículo Nacional Australiano, narraram todo o processo de preparação, elaboração e implementação do referido currículo. Também responderam a uma série de questionamentos, feitos pela equipe da SAE, que visaram compreender a complexidade técnica e o sentido político do trabalho por eles realizado e assim, discutir o que o Brasil pode aprender com essa experiência. 

Do exemplo australiano, Mello destaca três lições principais: A primeira é que o processo é longo e não pode ser concluído até que todos os envolvidos se sintam participantes com "ownership" deste empreendimento curricular. A segunda lição é que a Austrália debateu, por vários anos (entre 2002 e 2009), o propósito de ter um currículo nacional e que valores e princípios deveriam presidir esse esforço educacional. Só então, após aprovação em 2009 dos pontos relevantes de um pacto nacional, deu-se o início da construção curricular propriamente dita e que levou mais de dois anos para ser concluída. 

A terceira lição foi a realização de pelo menos três grandes eventos nacionais que reuniram os ministros dos Estados e da esfera Federal bem como outros grupos relevantes entre políticos, empreendedores e educadores, sendo que nesses eventos o país debateu a necessidade, o escopo e o sentido de um Currículo Nacional.

Foto: Fabiana Carvalho / Site: SAE